quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

CINECLUBE DA CASA APRESENTA
(última sessão do ano)


Playtime
de Jacques Tati

Apresentação: 12 de dezembro de 2009, às 16h.
GRATUITO.


Jacques Tati, com suas coreografias cômicas encantadoras, passeia pela moderna Paris dos anos 60. Seu jeito inocente de observar as coisas acaba criando confusões hilárias entre os turistas que visitam a capital francesa. Na mais cara produção de Jacques Tati, foi construída praticamente uma cidade, com restaurantes, farmácia, prédios comerciais e até um aeroporto.


Ficha técnica
Filme: Playtime – Tempo de Diversão
Título original: Playtime
Direção: Jacques Tati
Ano: 1967
Idioma: Francês
País: França
Elenco: Jacques Tati, Barbara Dennek, Georges Montant etc
Duração: 120 minutos
Colorido, legendado.

Serviço
Onde: Casa de Cultura da Penha
Largo do Rosário, 20 – 3º andar – Penha
Telefone: 2296-6172
Contato: cineclubedacasa@gmail.com

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CINECLUBE DA CASA APRESENTA

Macunaíma
de Joaquim Pedro de Andrade


Apresentação: 31 de outubro de 2009, às 16h.
GRATUITO.

Baseado em livro homônimo de Mário de Andrade, o filme, um dos mais conhecidos do Cinema Novo, narra as aventuras do "herói sem nenhum caráter" e suas andanças por um Brasil em transformação. "Escrevi duas adaptações que me consumiram quatro meses, mais ou menos de fevereiro a junho de 1967. Na primeira eu tentava racionalizar, de certa forma, domar o livro. Mas as coisas colidiam. Iam em várias direções e não se complementavam. Já na segunda, quando entendi que Macunaíma era a história de um brasileiro que foi comido pelo Brasil, as coisas ficaram mais coerentes e os problemas começaram a ser resolvidos uns atrás dos outros. (...) Acho que o personagem, no livro, é mais gentil do que no filme, assim como o filme é mais agressivo, feroz, pessimista, do que o livro amplo, livre, alegre e melancólico de Mário de Andrade. Para ser honesto, considero o filme um comentário do livro" (Joaquim Pedro de Andrade).

Ficha técnica
Direção: Joaquim Pedro de Andrade
Ano: 1969
Idioma: Português do Brasil
País: Brasil
Elenco: Paulo José, Grande Otelo, Jardel Filho, Milton Gonçalves, Dina Sfat, etc
Duração: 105 min.
Colorido.

Serviço
Onde: Casa de Cultura da Penha
Largo do Rosário, 20 – 3º andar – Penha
Telefone: 2296-6172
Contato: cineclubedacasa@gmail.com

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Brazil - de Terry Gilliam



Apresentação: 23 de maio de 2009, às 16h00. GRATUITO.

Brazil é uma visão estilo pesadelo surrealista de um futuro perfeito onde a tecnologia reina suprema. Todos são monitorados por uma agência governamental secreta que proíbe que o amor interfira na eficiência.

Nele, um sonhador burocrata envolve-se com um super-herói da clandestinidade e uma misteriosa mulher, tornado-se a trágica vítima de suas próprias ilusões românticas. Essa fantasia inusitada intercala humor ácido com comentários incisivos para nos proporcionar uma visão inesquecível de um amanhã deliciosamente imoral.

Ficha técnica
Título original: Brazil
Duração: 131 minutos.
Ano de lançamento: 1985.
País: Inglaterra.
Direção: Terry Gilliam (A vida de Brian, Em busca do cálice sagrado, 12 Macacos).
Elenco: Jonathan Pryce, Robert De Niro, Michael Palin, Kim Greist, Katherine Helmond, Bob Hoskins.
Colorido, legendado.

Serviço
Onde: Casa de Cultura da Penha
Largo do Rosário, 20 – 3º andar – Penha
Telefone: 2296-6172
Contato: cineclubedacasa@gmail.com

sábado, 11 de abril de 2009

Diabo a Quatro - de Leo McCarey



Apresentação: 18 de abril de 2009, às 16h30. GRATUITO.

Nesta comédia musical protagonizada pelos irmãos Marx, o pequeno país Freedonia está em enorme crise financeira. A Sra. Teadstale aceita doar 20 milhões de dólares aos caixas se o excêntrico e maluco T. Firefly for eleito presidente. Para piorar as coisas, o país vizinho Sylvania envia dois espiões para obterem informação sigilosa, enquanto uma guerra pode ser travada se os líderes dos dois países não decidirem quem casará com a Sra. Teasdale.

Ficha técnica
Título original: Duck Soup
Duração: 68 minutos.
Ano de lançamento: 1933.
País: EUA.
Direção: Leo McCarey.
Elenco: Groucho Marx, Harpo Marx, Chico Marx, Zeppo Marx, Margaret Dumont, Raquel Torres e Louis Calhern.
Preto e branco, legendado.

Serviço
Onde: Casa de Cultura da Penha
Largo do Rosário, 20 – 3º andar – Penha
Telefone: 2296-6172
Contato: cineclubedacasa@gmail.com

domingo, 1 de março de 2009

Gaviões e Passarinhos - de Pier Paolo Pasolini



Apresentação: 21, às 16h30. GRATUITO.

Parábola bem humorada que percorre o universo dos marginalizados a partir das andanças de Totò e Ninetto, pai e filho, que são acompanhados pela presença insistente de um corvo marxista. Ao longo do caminho percorrido pela dupla, Pasolini, arriscando a sua própria reputação, traz um ponto de vista crítico sobre as relações sociais e suas contradições intrínsecas.

Ficha técnica
Título original: Uccellacci e Uccellini
Duração: 88 min.
Ano de lançamento: 1966
Idioma: Italiano
País: Itália
Elenco: Totò, Ninetto Davoli, Femi Benussi, Francesco Leonetti, etc
P&b, legendado.

Serviço
Onde: Casa de Cultura da Penha
Largo do Rosário, 20 – 3º andar – Penha
Telefone: 2296-6172
Contato: cineclubedacasa@gmail.com


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O discreto charme da burguesia - de Luis Buñuel


Apresentação: 14 de fevereiro de 2009, às 16h. GRATUITO.

Em “O discreto Charme da Burguesia” um grupo de amigos tenta banquetear, mas é sempre impedido por algum imprevisto inusitado, como em um grande sonho. Nessa atmosfera, com humor e ironia, o diretor faz uma crítica aos modos de ser e estar burgueses. Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro.

Ficha técnica
Título original: Le charme discret de la bourgeoisie
Duração: 102 minutos.
Ano de lançamento: 1972.
País: França, Itália e Espanha.
Direção: Luis Buñuel.
Elenco: Fernando Rey, Paul Frankeur, Delphine Seyrig, Bulle Ogier, Stéphane Audran.
Colorido, legendado.


Serviço

Onde: Casa de Cultura da Penha
Largo do Rosário, 20 – 3º andar – Penha
Telefone: 2296-6172
Contato: cineclubedacasa@gmail.com

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Breve comentário sobre a idéia de “tipo cômico” relacionada à programação do Cineclube da Casa pensada para este ano - por Daniela Landin


Sobre artistas e outros bobos

Há um texto de Fellini em que ele constata, ao lançar olhos ao mundo, que não só a sua aldeia, mas as cidades todas estavam povoadas de clowns. “Quando estive em Paris [...], imaginei uma seqüência, que depois não rodei, em que, andando de táxi, de tanto falar nos clowns, podia vê-los na rua. Velhas ridículas com chapéus absurdos, mulheres com sacolas de plástico na cabeça para se proteger da chuva, [...] homens de negócios com pastas típicas e um bispo, de aspecto embalsamado, sentado num auto junto ao nosso”. E então ele passa, num jogo célere, a se imaginar como um clown e a todos que conhece, entre artistas e outros bobos. “[...] creio que sou um augusto. Mas também um clown branco ou, talvez, o diretor do circo. O médico de loucos que, por sua vez, enlouqueceu. Continuemos a prova. [...] Pasolini é um clown branco do tipo engraçado e sabichão. Antonioni é um augusto desses silenciosos, murchos, tristes. [...] Picasso? Um augusto triunfal, presunçoso, sem complexos, que sabe fazer tudo e no fim é quem vence o clown branco. Visconti, um clown branco de grande autoridade, cujo faustoso traje impressiona. Hitler, um clown branco. Mussolini, um augusto. [...] Freud, um clown branco. Jung, um augusto”. E assim por diante...

A seara por excelência dos tipos cômicos é a da cultura popular. Como nos lembra Luís Otávio Burnier, desde a chamada baixa comédia grega e romana, há figuras cômicas características desse período que originaram mais tarde os bufões e os bobos da Idade Média, as personagens fixas da commedia dell’arte, o palhaço circense e o clown. Todos portadores de uma mesma natureza, a de expor a estupidez do ser humano, relativizando normas e verdades sociais.

Nos séculos XV e XVI, surgiu oficialmente a commedia dell’arte, como síntese de uma tradição cômico-popular existente desde a Antiguidade, ou “comédia de máscaras”, uma forma de teatro do Renascimento italiano que teve origem na arte da mímica, das comédias formais do período romano e dos atores-jograis ambulantes da Idade Média. Entre diversas outras características, a commedia dell’arte possuía personagens fixas cujas máscaras próprias revelavam o caráter pessoal de cada uma. Dois desses tipos fixos eram os zanni, os servos, que, de alguma forma, influenciaram o surgimento da dupla de clowns. O primeiro era astuto e inteligente, fazia intrigas, blefava, enganava os patrões. Era o Brighella. E o segundo, um criado confuso, inconseqüente e tolo, o Arlecchino. Estamos diante, portanto, dos rudimentos da dupla de clowns branco e augusto.

O clown branco é a encarnação do chefe, do intelectual. O augusto – ou excêntrico – é o bobo, eterno perdedor, ingênuo e emocional que está sempre sujeito ao domínio do branco, mas, geralmente, supera-o para fazer triunfar a pureza sobre a malícia. Um caso exemplar dessa parceria cômica no cinema está no filme do mestre Pier Paolo Pasolini, Uccellacci e Uccellini, em que Totò e Ninetto Davoli, pai e filho, e ambos marginalizados, explorados – e também exploradores – protagonizam algumas das mais belas cenas que problematizam a questão do poder.

É possível recordar das idéias discutidas pelo crítico literário Antonio Candido, em sua Dialética da malandragem, célebre ensaio sobre a personagem central do livro Memórias de um sargento de milícias (de Manuel Antonio de Almeida), em torno da figura do “pícaro”. De acordo com Candido, o termo se refere a um tipo inferior de servo que, passando de amo a amo, move-se, muda de ambiente, acumula experiência. Tal ser, geralmente amável e risonho, é extremamente espontâneo e aderente aos fatos, vivendo um pouco ao sabor da sorte, mas aprendendo com cada vivência. E é justamente esse aprendizado que, nas palavras do crítico, faz o pícaro entender a vida à luz de uma filosofia desencantada.

Fazendo uma última referência a filmes que compõem a programação para este ano do Cineclube da Casa, uma atenção especial faz-se necessária à figura do caipira, que pode ser entendido como um clown. Igualmente tipos marginais e ineficientes dentro de um contexto hegemônico de mercado e produtividade, são também espontâneos e ingênuos na manifestação de uma lógica particular. Tanto o caipira quanto o clown, essencialmente éticos e ligados à expressão popular, tornam-se cômicos no momento em que assumem a fraqueza e o ridículo humanos.

E eles estão por aí, os tipos cômicos. Se tivermos coragem e disposição para o jogo proposto por Fellini, podemos em uma tarde dessas, abrirmos nossas janelas internas, em horário de pico, em que tantos podem ser vistos pelas ruas, e observá-los descendo aos montes pela rampa de estações de Metrô, comendo churrasco grego ou cachorro-quente na barraquinha da calçada, acumulando-se nos pontos de ônibus, esperando, em praças diversas, por alguém ou por ninguém – um Deus qualquer –, perambulando, pedindo dinheiro ou atenção, indo para casa, para o trabalho, para lugar nenhum. E todos ali, tipos cômicos em essência, esbanjando um lirismo patético e absurdo.